Uma classe privilegiada, que continuou crescendo durante a maior crise da história brasileira, anda fazendo lobby contra o desenvolvimento, tentando impedir uma reforma que ajudaria a diminuir a inadimplência e daria mais poder de barganha a quem precisa de crédito. Essa classe é formada pelos grupos que representam cartórios, um símbolo do atraso na economia brasileira.
A reforma que eles estão tentando barrar, fazendo lobby no legislativo, mudaria o chamado cadastro positivo.
No Brasil, temos cadastros negativos (SPC e Serasa), que informam se a pessoa está inadimplente. Não há um registro do histórico de quem paga as contas em dia.
O cadastro positivo faria isso, permitindo avaliar o risco de oferecer crédito com base num registro mais detalhado.
Com a reforma que o legislativo está votando, ficará registrado se uma pessoa não pagou uma prestação de crediário, mas também que paga em dia a água, a luz, as mensalidades escolares e várias outras prestações.
Temos um cadastro positivo, mas ele não decolou por que a entrada nele só acontece quando o cliente autoriza. Muita gente nem sabe da existência dele. A reforma que hoje tramita no legislativo inverte a lógica. Todos estão no cadastro, a não ser que queiram sair dele.
Mas como os cartórios entram nisso? É que o cadastro positivo tende a diminuir o número de inadimplentes, consequentemente reduzindo os “títulos de protesto”, o que faria a arrecadação dos cartórios cair – bastante.
Daí a pressão desses grupos para que a inadimplência continue como está, para que os brasileiros tenham menos acesso a crédito e para que a inovação não chegue no país – apenas para manter uma reserva do mercado artificial e continuar ganhando em cima disso. As votações foram adiadas várias vezes na Câmara.
O Livres entende que essa é uma reforma importante para a retomada de nossa economia. Precisamos avançar com o Cadastro Positivo.